Comprar imóvel em leilão é uma excelente oportunidade para quem busca fechar bons negócios. No entanto, é preciso ter cuidado, afinal, um imóvel desse tipo, embora costume ter um valor menor, nem sempre ele está em boas condições seja fisicamente ou quanto às suas questões legais.
Para ajudar você a aproveitar melhor a modalidade e reduzir os riscos, preparamos este artigo com 7 cuidados necessários. A partir dessas informações você terá mais segurança nas suas negociações de imóveis em leilões. Acompanhe!
1. Leia atentamente o edital
O edital de leilão é o documento oficial que contém todas as informações relevantes sobre o imóvel que será leiloado. Nele, você encontrará detalhes como:
- Descrição do imóvel;
- Localização;
- Condições de conservação;
- Valor da avaliação;
- Data e horário do leilão;
- Forma de pagamento;
- Outras penhoras;
- Dívidas;
- Documentação necessária para participar e outras regras importantes.
Ler o edital com atenção é um dos primeiros cuidados que você precisa tomar, afinal, nele estão todas as informações que permitirão avaliar que você está participando de um leilão que atenda às suas expectativas.
Na hora de analisar o edital, você consegue identificar possíveis problemas com o imóvel, entender as condições de pagamento, além de verificar se você atende a todos os requisitos para participar.
Tenha em mente que o edital é um documento legal que ampara tanto o vendedor quanto o comprador, garantindo a transparência e a segurança da transação. Desprezar essa etapa pode resultar em prejuízos financeiros e transtornos futuros.
2. Visite o imóvel
Se for possível, visite o imóvel antes da realização do leilão. Essa visita possibilita que você avalie de perto o estado de conservação do imóvel, identificando possíveis problemas estruturais, verificando a metragem real e a distribuição dos cômodos, além de dar uma noção mais precisa do potencial do imóvel.
No entanto, a possibilidade de visitação varia de um leilão para outro e nem sempre é garantida. Consulte o edital do leilão para verificar se a visitação é permitida e quais são os procedimentos para agendá-la. Caso a visita não seja possível, é recomendado solicitar ao leiloeiro fotos e documentos adicionais do imóvel para auxiliar na tomada de decisão.
3. Defina o valor máximo para o lance
Como vimos, antes de participar do leilão de imóveis você fará uma análise detalhada do edital e das características do bem leiloado. Considere não apenas o estado de conservação e potencial de valorização, mas também os custos adicionais como reformas, impostos e taxas.
Em paralelo, faça um planejamento financeiro rigoroso, avaliando o valor disponível para investimento, a capacidade de arcar com as parcelas e os outros custos envolvidos na compra de um imóvel.
Cruzando essas informações, você consegue estabelecer um valor máximo para o lance que esteja alinhado com as suas expectativas e condições financeiras, evitando assim que a emoção do leilão leve a uma decisão impulsiva e prejudicial ao seu bolso.
4. Considere os custos adicionais
Sempre que você participa de um leilão de imóveis, precisa ter em mente que o valor do lance não representa o custo total da aquisição. Muitas pessoas, animadas com a possibilidade de adquirir um imóvel por um preço abaixo do mercado, acabam se concentrando apenas no valor do lance, esquecendo-se de considerar os custos adicionais que surgem após a arrematação.
Esses custos podem incluir taxas de leiloeiro, impostos como o ITBI (Imposto de Transmissão de Bens Imóveis), despesas com registro no cartório, possíveis reformas e honorários advocatícios.
Desconsiderar esses gastos pode gerar um impacto financeiro negativo significativo, comprometendo o orçamento e transformando um negócio vantajoso em um investimento arriscado.
Por isso, é essencial realizar um planejamento financeiro detalhado, incluindo todos os custos envolvidos na compra, para garantir que você esteja preparado para arcar com todas as despesas e evitar surpresas desagradáveis.
5. Assine o contrato
Após a disputa entre os participantes, o leiloeiro anuncia o vencedor, aquele que ofereceu o maior lance. A partir desse momento, o arrematante, ou seja, o comprador do imóvel, inicia um novo processo.
É importante estar atento a todas as etapas para garantir a conclusão da negociação com sucesso. Uma das primeiras medidas é a assinatura do contrato, um documento legal que formaliza a transação e estabelece os direitos e deveres de ambas as partes.
Nesse contrato, constarão informações detalhadas sobre o imóvel, o valor da compra, as condições de pagamento e os prazos para a transferência da propriedade. O arrematante precisa ler atentamente o contrato antes de assiná-lo, certificando-se de que todas as cláusulas estão de acordo com o que foi negociado e com a legislação vigente.
Após a assinatura do contrato, o arrematante deverá seguir os procedimentos indicados pelo leiloeiro para a efetivação da compra. Geralmente, é necessário efetuar o pagamento do valor do lance e das taxas correspondentes em um prazo determinado.
Em seguida, o leiloeiro providenciará a emissão da carta de arrematação, um documento que comprova a aquisição do imóvel pelo vencedor do leilão. Com esse documento em mãos, o arrematante poderá dar início ao processo de transferência da propriedade no cartório de imóveis, formalizando a nova titularidade do bem.
6. Regularize a documentação
Com a carta de arrematação em mãos, o novo proprietário deve se dirigir ao Cartório de Registro de Imóveis onde o imóvel está registrado. Neste cartório, será realizada a transferência da propriedade para o nome do arrematante. Para tanto, é necessário apresentar:
- Carta de arrematação — somente através de advogado quando o leilão é judicial
- Contrato;
- Documentos pessoais do novo proprietário; e,
- Comprovante de pagamento dos impostos incidentes sobre a transmissão do imóvel, como o ITBI (Imposto de Transmissão de Bens Imóveis).
Após a análise da documentação e o pagamento das taxas cartorárias, o oficial do cartório procederá à averbação da transferência da propriedade no registro do imóvel, atualizando a titularidade para o nome do novo proprietário.
Esse é um procedimento padrão, mas é importante ter em mente que pode haver outras formalidades, dependendo da situação específica do imóvel.
Por exemplo, pode ser necessário realizar a averbação de eventuais ônus reais que recaiam sobre o imóvel, como hipotecas ou penhoras. Além disso, o novo proprietário deverá providenciar a transferência dos serviços públicos para o seu nome, como água, energia elétrica e coleta de lixo.
Recomenda-se que o arrematante procure um advogado especializado em direito imobiliário para auxiliar nesse processo, garantindo que todas as formalidades sejam cumpridas corretamente e evitando problemas futuros.
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Comprar um imóvel em leilão pode ser uma ótima oportunidade, mas exige atenção e planejamento. Antes de participar, leia atentamente o edital, visite o imóvel (se possível), defina um valor máximo para o lance e considere todos os custos envolvidos na compra.
Além disso, é essencial chegar cedo ao leilão, assinar o contrato com cuidado e regularizar a documentação junto ao cartório de imóveis. Seguindo essas orientações, você aumenta suas chances de realizar um bom negócio e evitar problemas futuros.
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